sexta-feira, 29 de maio de 2009

OUTROS AUTORES

A cultura de Campo Grande precisa ser valorizada, pois, aqui há muita coisa boa passando despercebida, por vários fatores, menos o talento. Na tentativa de ajuntar os nossos escritores, os nossos artistas plásticos, poetas e poetizas que tive a iniciativa de ir atrás deles e convidá-los para participarem no Campo Grande, a Capital de Meus Poemas. Se tudo der certo, isto pode até virar livro, uma vez que a união faz a força e o Fic está aí para isto.
Neste contexto, já estão confimadas a presença da escritora e artista plástica Hyali Barros, que escreve noReinventando Cores; o escritor Adailton de Carvalho Xavier a escritora Tânia Mara e quem sabe a escritora, Maria Cecília, a Mah, que escreve no seu blog: Anaalgésico. Assim que os textos forem chegando, publicarei-os aqui. Esperem que gostem e apreciem.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A Rodoviária Central de Minha Infância.

Do mesmo modo que eu não sabia que iria me tornar poeta,
eu ignorava,
na ignorância própria dos meninos de doze anos,
o fato de que a rodoviária central fosse feia.

Para ser mais exato,
naquele tempo não me detinha ao aspecto do prédio;
às suas escadas, guichês, bares, lanchonetes e restaurantes.
O meu olho se fixava nos pombos,
que comiam os milhos de pipóca que eu e meu irmão jogávamos,
e que voavam sempre que se aproximavam os ônibus...

Saber onde moravam, onde se escondiam,
e como eles nunca eram atropelados,
me ocupava muito mais que o rosto de alguma menina bonita...

Depois dos pombos, e antes, bem antes das meninas,
ali embaixo da saia da mãe
tratava de decorar o destino dos lotações:
o Jardim Noroeste ia para a casa de minhas primas,
o Parati, para casa do meu tio,
um outro ia para Iracy Coelho,
e depois deste vinha o nosso, para o Aero Rancho,
onde morávamos na casa de meu avô...

Ignorava também que a rodoviária central fosse pobre,
que fosse um lugar para pobres.
Não sabia que aqueles rapazes mal vestidos,
os quais a minha mãe chamava de trombadinhas,
fossem seres humanos viciados em crack, a droga do demônio.

Não sabia que aquelas mulheres gordas ou muito magras,
com muito batom vermelho na boca, e lápis escuro no rosto,
fossem prostitutas,
mulheres da vida.

Eu não sabia que aqueles pipoqueiros,
que nos entregavam os saquinhos de pipoca com um sorriso imenso no rosto,
era gente que tinha dificuldades financeiras de todo tipo.

Eu só sabia dos pombos,
e por isso não achava que a rodoviária central fosse feia...

Glauber da Rocha.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Junto com o sol.

Depois de um dia inteiro lecionando,
eu saio da escola Vespasiano Martins,
e vejo o sol se pondo por detrás das casas.

A tarde é laranjada.

Desço a rua, pego a Fernando Correa da Costa
e lá adiante, novamente o sol,
se escondendo agora atrás da ponte onde o trem passava...

Enquanto os carros passam apressados ao meu lado,
eu caminho com meus passos onde já não sou mais professor
e olho com olhos de aprendiz o grande astro
pintando a tardezinha de nossa cidade
e ensinando que a vida é amor...

Subo a rua do trilho, passo pelo camelódromo,
faço a volta,
e logo ali, na Afonso Pena,
novamente eu vejo o sol se escondendo
para além da paróquia Perpétuo Socorro
onde a igreja faz novenas...

Atravesso o rio prosa
subo a dr. João Rosa Pires
e novamente eu vejo o sol se pondo,
logo atrás das três grandes araras...
A tarde começa ficar escura.

Passo pela cabeça de boi,
subo a Júlio de Castilho
onde o sol já se foi, junto com os trilhos...

Na tamandaré,
a tarde é laranja escura...

Glauber da Rocha.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

visitantes on-line

Não falei que ia colocar alguma coisa aqui no meu blog?
Coloquei o marcador de visitas on-line.
Já é uma coisa.
Ando um pouco sem inspiração para falar da nossa cidade...

Na praça Ari Coelho . Na praça Ari Coelho também sou um velho jogador de damas que perde, vence, ri e debocha... Como é prazeroso esquecer a...